sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Olimpiadas 2016

Sobre as olimpíadas Rio 2016

Não posso deixar de me manifestar quanto as olimpíadas 2016.

Antes de mais nada eu ADORO olimpíadas. Fico grudado o tempo todo querendo informações, acompanhando as provas etc e tal. Isto desde criança... E sempre fui a favor de uma olimpiada no Brasil num futuro próximo... mas não tão próximo.

Particularmente eu achava que não deveríamos ter “ganho”a sede das olimpíadas em 2.016. Por vários argumentos que, creio, já tenha sido debatidos.

Eu acho que o Brasil ainda tem longos passos a dar no esporte, principalmente no esporte voltado ao desenvolvimento social.

Precisamos estruturar melhor o esporte no Brasil, utilizando-o como uma ferramenta transversal muito importante para o desenvolvimento social, através da educação, lazer, inclusão, saúde, habitação... enfim...

E a Olimpíada é um evento que foca somente no esporte de alto rendimento. Como pretender ser um país competitivo, de alto rendimento, quando o esporte de base, o esporte educacional, o esporte de inclusão e participação possui uma estrutura péssima e ínfima, se é que efetivamente possui uma estrutura.

Também acho que na longa lista de prioridades do Brasil, os custos de um investimento em uma olimpíada são muito altos e sem garantia de retorno e a prioridade. E tal investimento poderia ser direcionado às necessidades mais prementes, primárias, indispensáveis, como saúde, educação, saneamento básico...

Além disso, já teremos uma Copa do Mundo no Brasil em 2.014. Evento este que já consumirá uma quantidade enorme de recursos e sobre o qual há muitas duvidas quanto a transparência de investimentos, capacidade de atender os requisitos necessários.

Tanto se fala na Espanha, que o Brasil estaria seguindo seus passos. Porém esquecemos que a Copa do Mundo na Espanha foi em 1982 e as Olimpíadas de Barcelona foram em 1992, 10 anos depois. E que, não obstante o grande avanço social que houve em Barcelona depois das olimpíadas, de fato isso só ocorreu por conta do pacto federativo havido na Espanha depois da queda do General Franco, bem como porque os diversos atores sociais participaram e avaliaram exaustivamente os resultados da Copa do Mundo de 1982.

Também lembro que tivemos um PAN em 2007 sobre o qual recaíram tantas denúncias de superfaturamento e corrupção que, passados 2 anos de sua realização, ainda não foram sequer esclarecidos.

Sem prejuízo disso, ainda sobre o PAN 2007, mesmo após 2 anos, seu legado social ainda não foi debatido, sendo que não foram criados mecanismos que trouxessem ao Rio de Janeiro um aproveitamento adequado de todo o investimento realizado para o PAN.

Na verdade, segundo relatos e noticias que tenho são péssimos, pois as moradias construídas foram utilizadas pela classe média, a população não tem acesso aos equipamentos esportivos construídos e não há sequer uma avaliação comparativa dos indicadores sociais do Rio de Janeiro pré e pós Pan 2007.

E ao longo do período pré-PAN 2007, o esporte de alto rendimento recebia quase 3 vezes mais de recursos públicos federais do que os programas de políticas públicas voltadas ao esporte de inclusão, participação e lazer.

Outro ponto que vale destaque é o fato de que, na próxima década, o Brasil concentrará os dois maiores eventos esportivos internacionais. E como fica o resto do mundo?

Mas enfim... O Rio ganhou! Vamos em frente.

Só posso esperar que os investimentos que serão realizados tragam um retorno minimamente adequado à cidade do Rio de Janeiro. Que as favelas sejam urbanizadas, que o tráfico de drogas e a violência caiam drasticamente, que a educação e a saúde sejam motivo de alegria e não vergonha como vemos hoje e sempre nos noticiários. Que o esporte se fortaleça cada vez mais...

E que o Rio possa desfrutar dos resultados de uma Olimpíada por muitas gerações.

Por isso lanço uma idéia de desafio. Vamos cobrar dos nossos dirigentes – União, Estados e Municípios – que o valor investido na Copa 2.014 e nas Olimpíadas 2.016 seja acompanhado do triplo de investimento de seu valor no esporte de base, no esporte educacional e no esporte de inclusão, participação e lazer.

Quem sabe assim o Rio e o Brasil possam resgatar o legado de Ademar Ferreira da Silva e João do Pulo, nossos grandes campeões olimpicos, e assim dar um salto triplo no desenvolvimento sustentável de nosso país!


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